Ass de karatê Leandro Lourenço

 

O significado da expressão OSS

                                                       

 

       OSS (cuja transcrição exata do japonês é OSU) é uma expressão fonética formada por dois caracteres. O primeiro caráter "osu" significa literalmente "pressionar", e determina a pronúncia de todo o termo. O segundo caráter "shinobu" significa literalmente "suportar".

       A expressão OSS foi criada na Escola Naval Japonesa, e é usada universalmente para expressões do dia-a-dia como "sim", "por favor", "obrigado", "entendi", "desculpe-me", para cumprimentar alguém, etc., bem como no mundo do Karatê para quase qualquer situação onde uma resposta seja requerida. Para um karateka, OSS é a palavra mais importante.

      A palavra OSS implica em pressionar a si mesmo ao limite de sua capacidade e suportar. OSS significa, de uma maneira mais simples, "perseverança sob pressão". É uma palavra que por si só resume a filosofia do Karatê. Um bom praticante de Karatê é aquele que cultiva o "espírito de OSS".

      OSS não deve ser dito de forma relaxada, usando apenas a garganta, mas, como tudo no Karatê, deve ser pronunciado usando o "hara" (tanden). Pronunciado durante o cumprimento, OSS expressa respeito, simpatia e confiança no colega. OSS também diz ao Sensei que as intruções foram compreendidas, e que o estudante irá fazer o melhor para segui-las.

 

 

Fontes consultadas

·         N. Artan e B. Lowe, The Young Lions of Mas Oyama’s Kyokushin Karate Headquarters, Honolulu HI Bobby Lowe, 1985.

·         Schlatt, The Shôtôkan-Karate Dictionary, Schlatt Books, 2001.

 

Gichin Funakoshi nasceu em Shuri, Okinawa, em 1868. Como um menino, ele foi treinado por dois famosos mestres da época. Cada um treinou em uma arte marcial de Okinawa diferente. De Yasutsune Azato ele aprendeu Shuri-te. De Yasutsune Itosu, que ele aprendeu Naha-te. Seria a fusão desses dois estilos que um dia se tornar karate Shotokan.

Funakoshi-sensei é o homem que introduziu o karate no Japão. Em 1917 ele foi convidado para realizar sua arte marcial em uma exposição de educação física patrocinada pelo Ministério da Educação. Ele foi convidado novamente em 1922 para uma outra exposição. Ele foi chamado de volta pela terceira vez, mas esta foi uma performance especial.  Ele demonstrou sua arte para a familia real. Por isso, Funakoshi-Sensei decidiu permanecer no Japão e ensinar e promover a sua arte.

Gichin Funakoshi faleceu em 1957 na idade de 88. Além da criação de karate Shotokan e introduzi-lo no Japão e no mundo, ele também escreveu o livro sobre o assunto de karate, "Ryukyu Kempo: Karate-do". . Ele também escreveu: "Karate-Do Kyohan" - O texto Master, o manual "do Shotokan. Estes livros e sua arte é um legado para o encaixe e gentil homem modesto.

 

KARATE COMPETITIVO E KARATE BUDÔ

por Edson Formosino  6º Dan Karatê Shotokan – Ceebk

O karatê como esporte evolui de forma gigantesca, se olhar que a modalidade a cada dia aumenta o número de praticantes em todo planeta sendo hoje considerada uma das artes marciais mais praticadas.

Vemos também que esse grande sucesso também trouxe um lado negativo.

Se formos olhar pela óptica da dimensão e da divulgação da arte, esse lado é muito importante e benéfico, porém, se formos olhar o lado marcial do karatê (karatê budô) verá que a coisa não está tão assim benéfica como parece.

Vamos dar um exemplo: muitos dojos hoje têm professores que por gostarem mais do lado competitivo do karatê fazem suas aulas serem verdadeiros replicas das competições enfatizando somente a prática das técnicas permitidas nas competições e deixam de treinar aquelas técnicas que nas competições são proibidas, mas que na defesa pessoal e no karatê marcial fazem parte e são muito efetivas. O exemplo: cotoveladas, cabeçada, joelhadas, golpes com a mão aberta, chute com salto e giros.

Sabemos que esses golpes na competição são proibidos devido ao risco que podem causar, justamente porque esses golpes são considerados golpes devastadores e que hoje muitas academias deixam de repassar e treinar esses movimentos devido à ênfase competitiva que dá mais retorno aos envolvidos, pois, quando um atleta sobe ao pódio ele recebe sua medalha ou troféu, mas a academia que o esta inscrevendo ganha o retorno do marketing com a sua vitória e muitos hoje são mais garotos propagandas de academias do que propriamente atletas de karatê.

Nós não somos contra o lado competitivo da arte, mas temos nossas ressalvas como esta sendo feito a transmissão técnica.

Se essa forma de transmissão continuar, daqui a alguns anos muitos nem conhecerão alguns golpes quando observarem os mais antigos que tiveram esse aprendizado fazendo. Vou dar um exemplo próprio meu. Certo dia fui visitado por um faixa preta, que treina em outra associação, ficou assistindo minha aula e chegou a um pai de aluno e citou que eu era bom professor, mas estava treinando golpes que não eram do karatê e que estava misturando karatê com Kickboxing por ser mestre nessa arte também.

Ao terminar nossa aula o professor já havia ido embora, fui procurado pelo pai do aluno que me disse que ele havia feito o comentário acima e eu disse apenas assim: na próxima aula mostrarei ao Sr. que as técnicas que seu filho esta treinando não são de outra arte e sim do karatê. Na aula seguinte levei dois livros para a academia e mostrei ao pai dos meus alunos e mostrei as técnicas que havia feito na aula anterior. Ai disse assim: veja aqui esse livro é do mestre Nakayama 10º dan e esse livro é do mestre Kanazawa 10º dan eu não inventei nem misturei nada, apenas é o seguinte: aquele faixa preta só conhece os chutes usados nas competições e essas técnicas não são ensinadas por alguns professores e mestres porque não são permitidas. Ai o pai dos alunos ficou rindo e disse ele é mal informado e limitado.

 Infelizmente esse é o medo que temos hoje com a ênfase tão grande que se dá a ganhar medalhas e títulos esportivos. Como já dissemos anteriormente não somos contra o lado esportivo da arte, mas isso deve ser feito de forma racional e criteriosa senão essas cenas citadas por mim se repetirão em mais locais a cada dia e a cada ano que for se passando. Aqueles professores sérios que primam pela essência verdadeira do karatê e que ainda mantêm um verdadeiro budô, ao ler esse artigo se conscientizarão da importância de treinar não somente aquilo que se usa nos torneios e disputas esportivas, mas tudo que for técnicas pertencentes a nossa arte. Para que no futuro golpes efetivos não sejam perdidos e esquecidos.

Devemos manter vivo aquilo que o mestre Funakoshi e muitos outros mestres tanto batalharam para difundir e que nós, professores, temos o dever de perpetuar as novas gerações e aos nossos filhos. Não os privando desse conhecimento que outrora tivemos o privilégio de aprender.

 

**artigo publicado por Edson Formosino, 11/07/2010.

 

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